sexta-feira, 19 de agosto de 2011

LUTA ALZHEIMER

Um lugar parado no tempo
Cheio de lembranças empoeiradas
Avisos em neon piscando lentos
Buracos entranhados feito estradas
Um lugar velho e aconchegante
Cheio de rostos, figuras e lugares
Uma letra antiga de um hit dançante
E um prédio de cinco andares
Um lugar que hoje é só meu
Pessoas que já não reconheço
Às vezes penso que o mundo enlouqueceu
Tudo que lembro é que sempre esqueço

sexta-feira, 22 de julho de 2011

SOU IMORTAL

Que não me sirvam de valores as palavras que profiram,
nem os dedos que apontam,nem os pensamentos julgadores,
nem as indivisíveis regras.Porque sou única e me invento!!!
O homem é uma aflição que repousa num corpo que ele, de certo modo nega,pois esse corpo morre e se apaga, e assim, o homem tenta livrar-se do fim que o atormenta e se inventa....
Se inventar a cada inverno apesar da aflição da existência.
Apesar de cada lua que cai exausta sobre nós, apesar de estrelas
estourando a bilhões de anos luz distantes,apesar de tudo e tanto.
E essa mania, vício, estratégia, saída, seja lá o que for, que o homem tem de se inventar, é na verdade o que o mantém vivo,
que o liberta do dissolver dos ossos,
que o salva na celebração de suas cinzas,
que o imortaliza para além do mármore do túmulo
Enfim, ser exatamente o que faz de nós pássaros!
e poder ir pra um mundo mais alem,abandonar aqui tudo que dói,
tudo que cerca, tudo que atormenta.
É preciso acordar com a pele lúcida ,com a alma límpida ,
com a língua ávida .
É preciso reinaugurar a vida,desenhá-la lúdica
e mantê-la grávida a cada amanhecer

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pássaro (meu poema 1)

Vai, bate asas entorpecido pássaro
voa e sobrevoa a vida
de cima avista toda dor, amor, pudor
vai entontecido navegar
no céu que amarga o céu da boca
de cima descobre o vulnerável enigma
que a lava do sol teima em esconder
Flutua como a seda no ar e o doce
caminhar dos ventos
pra entender os lamentos
que aqui continuam a vagar

(Ci)