segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Shakespeare ... lindo!!!


Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
Dizer que rematamos com um sono a angústia e as mil pelejas naturais-herança do homem: Morrer para dormir… é uma consumação
Que bem merece e desejamos com fervor.
Dormir… Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:pois quando livres do tumulto da existência,no repouso da morte o sonho que tenhamos,devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo, o agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,toda a lancinação do mal-prezado amor, a insolência oficial, as dilações da lei,os doestos que dos nulos têm de suportar.
O mérito paciente, quem o sofreria,quando alcançasse a mais perfeita quitação com a ponta de um punhal? quem levaria fardos,gemendo e suando sob a vida fatigante, se o receio de alguma coisa após a morte...Essa região desconhecida cujas raias jamais viajante algum atravessou de volta ..
Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?O pensamento assim nos acovarda, e assim é que se cobre a tez normal da decisão com o tom pálido e enfermo da melancolia.
E desde que nos prendam tais cogitações,empresas de alto escopo e que bem alto planam,desviam-se de rumo e cessam até mesmo de se chamar ação.
(Shakespeare)